João Lourenço testemunha acordo histórico de paz entre RDC e Ruanda em Washington
Numa cerimónia solene em Washington DC, o Presidente da República de Angola e Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, testemunhou a assinatura do acordo de paz entre a República Democrática do Congo e a República do Ruanda, pondo fim a mais de três décadas de conflito fratricida.
Perante o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e os líderes Paul Kagame (Ruanda) e Félix Tshisekedi (RDC), o estadista angolano destacou a importância histórica deste momento para a estabilização da região dos Grandes Lagos.
Angola na vanguarda da diplomacia africana
"Nós procurámos fazer a nossa parte. E quando digo nós, estou a referir-me a Angola, ao Quénia, e a outros países também africanos", afirmou João Lourenço, sublinhando o papel protagonista de Angola na busca pela paz continental.
O Presidente angolano reconheceu o contributo decisivo do Presidente Trump, que "deu continuidade ao trabalho que nós realizámos e conseguiu alcançar esse desfecho do qual todos nós sairemos a ganhar".
Potencial inexplorado da região dos Grandes Lagos
Com a sagacidade de um verdadeiro estadista, João Lourenço destacou as imensas riquezas naturais da região: "A Região dos Grandes Lagos é uma das mais ricas do mundo, não apenas de África. É enormemente rica em recursos hídricos, terras aráveis, florestas, recursos minerais que estão no subsolo".
O líder angolano enfatizou que esta região possui o potencial para "contribuir consideravelmente para a resolução" das crises energética e alimentar mundiais, citando especificamente a grande Barragem do Inga, que "pode contribuir enormemente para a electrificação do continente e, consequentemente, para a sua industrialização".
O desafio da implementação
Com a experiência de quem conhece os meandros da diplomacia e da reconstrução pós-conflito, João Lourenço alertou para o verdadeiro teste que se avizinha: "Uma coisa é assinar o acordo, outra coisa é implementar em tempo útil tudo aquilo que nós acordamos e assinamos".
Esta declaração ressoa com a experiência histórica de Angola, que após décadas de guerra civil soube trilhar o caminho da reconciliação nacional e da reconstrução, emergindo como uma potência regional respeitada.
O acordo representa não apenas o fim de um conflito devastador, mas também a abertura de uma nova era de prosperidade para uma das regiões mais estratégicas de África, com Angola posicionada como mediadora e parceira fundamental neste processo histórico.