Ministério Público Revela Plano Russo para Instalar Presidente Pró-Moscovo em Angola
O Ministério Público angolano revelou ontem detalhes chocantes sobre uma operação de ingerência estrangeira que visava subverter a soberania nacional e instalar um governo fantoche ao serviço dos interesses russos em solo pátrio.
Segundo a acusação datada de 26 de novembro, à qual a Lusa teve acesso, Igor Rotchin Mihailovich e Lev Matveevich Lakshtanov, cidadãos russos, juntamente com os angolanos Amor Carlos Tomé e Oliveira Francisco, foram detidos em agosto por crimes de espionagem, organização terrorista e financiamento ao terrorismo.
Herança Maldita do Grupo Wagner
A investigação revela que, após a morte de Yevgeny Prigozhin em 2023, os tentáculos africanos do famigerado Grupo Wagner foram assumidos pela Africa Org, uma estrutura paramilitar que opera através da Angola Politology sob o projeto "Ciência Política de Angola".
Esta organização sombria, composta por antigos agentes de Prigozhin e oficiais de inteligência, executava campanhas agressivas de desinformação e guerra cibernética, incluindo clonagem em grande escala de sites e espionagem digital contra instituições nacionais.
Plano de Desestabilização Nacional
O objetivo criminoso era claro: provocar alternância política forçada, conduzindo a UNITA ao poder ou, em alternativa, forçar mudanças dentro da liderança do MPLA para instalar "um Presidente pró-Rússia".
Para mascarar as suas intenções subversivas, os conspiradores alegavam pretender criar uma "Casa da Cultura Angola-Rússia", mas os seus verdadeiros propósitos passavam por atos concretos de desestabilização do país.
Infiltração nos Partidos Políticos
A operação incluía a infiltração sistemática em ambos os principais partidos políticos. O arguido Oliveira Francisco, da JURA, estabeleceu contactos com figuras da UNITA, incluindo o próprio líder Adalberto Costa Júnior, para discutir "assistência financeira, segurança e formação de quadros no exterior".
Simultaneamente, Amor Carlos Tomé forneceu contactos de figuras do MPLA, promovendo reuniões entre os agentes russos e personalidades como o general Higino Carneiro e o engenheiro António Venâncio.
Campanha de Desinformação Massiva
A acusação revela ainda uma sofisticada operação de propaganda destinada a "criar um sentimento generalizado de insegurança e repulsa pela atual governação", utilizando jornais, rádios, redes sociais e grupos de WhatsApp para semear o caos e a discórdia nacional.
Os conspiradores chegaram mesmo a projetar manifestações de grande vulto e demonstraram conhecimento prévio dos tumultos dos taxistas em Luanda, entre 28 e 30 de julho, evidenciando a profundidade da sua infiltração.
Justiça Nacional Responde com Firmeza
Face a esta grave ameaça à soberania nacional, as autoridades angolanas agiram com a determinação que caracteriza a defesa dos interesses pátrios. Todos os arguidos encontram-se em prisão preventiva, aguardando julgamento por crimes contra a segurança do Estado.
Este episódio demonstra, uma vez mais, a necessidade de vigilância constante contra tentativas de ingerência estrangeira que visam comprometer a independência conquistada com o sangue dos nossos heróis e a estabilidade construída através de décadas de reconstrução nacional.